
Enfermagem e inovação na oncologia abrem a manhã do segundo dia de congresso
Sustentabilidade, ética e cuidado humanizado guiaram os debates sobre o futuro da enfermagem na Amazônia
Com foco na atuação estratégica da enfermagem na saúde suplementar, a manhã do segundo dia do 1º Congresso de Enfermagem da Rede Adventista de Saúde do Pará — unidade Belém — foi marcada por reflexões sobre ética, sustentabilidade e inovação no cuidado oncológico. A programação, realizada no auditório Irineu Stabenow do Hospital Adventista de Belém (HAB), reuniu profissionais de referência e provocou o público a pensar a prática da enfermagem como potência transformadora nos sistemas de saúde.
Navegação do paciente oncológico: acolhimento e eficiência no centro do cuidado
A mesa-redonda “Enfermeiro Navegador: Uma Jornada Oncológica Segura” trouxe ao centro do debate a atuação dos enfermeiros que acompanham de forma contínua os pacientes durante o tratamento contra o câncer.

Silma Alexandrino, especialista em enfermagem oncológica e pioneira na navegação de pacientes no HAB, destacou o impacto do acompanhamento sistematizado na adesão ao tratamento e nos resultados clínicos.
“A navegação é inovadora. Ela permite um olhar mais minucioso sobre o paciente, facilita intervenções precoces e reduz riscos de internações. Isso gera equilíbrio para o sistema na totalidade — para o paciente, para o hospital e para as operadoras de saúde”, afirmou Silma.

Na mesma linha, o enfermeiro Adalberto Rezende, do Hospital Ophir Loyola, reforçou que a navegação contribui para uma assistência mais humanizada e resolutiva, especialmente em contextos de vulnerabilidade social.
“O enfermeiro navegador ajuda o paciente a superar barreiras sociais, geográficas e econômicas. Isso garante continuidade no tratamento e melhora os resultados terapêuticos. É saúde baseada em valor”, pontuou.
A mediação da mesa foi conduzida pela enfermeira Camila Muniz, supervisora do Centro de Oncologia do HAB.

Palestra magna reforça visão sistêmica do cuidado
O momento de destaque da manhã foi a Palestra Magna com o Dr. Davi Reis, Diretor da área assistencial da Adventist Health, com o tema “A importância do ecossistema assistencial da Adventist Health para a segurança do paciente”.
A apresentação reforçou o compromisso da rede Adventista com a segurança do paciente por meio de uma atuação integrada, ética e baseada em evidências, conectando experiências internacionais com os desafios locais da Amazônia brasileira.

Ética e sustentabilidade: pilares da formação profissional
Na sequência, a palestra “Sustentabilidade e Ética na Enfermagem: O Impacto de Nossas Escolhas”, ministrada pela enfermeira, advogada, professora e doutorado pela USP/Ribeirão Preto, Ludmila Cunha, provocou uma reflexão profunda sobre o papel ético da enfermagem na construção de um futuro mais seguro e sustentável.
“Cada decisão do enfermeiro impacta diretamente na vida do paciente e no futuro da saúde. Precisamos formar líderes conscientes, capazes de propor soluções inovadoras e ambientalmente responsáveis”, destacou Ludmila.







Trabalhos científicos ampliam a produção de conhecimento
Durante a manhã, o público também conferiu a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos por profissionais e estudantes de enfermagem, valorizando a produção acadêmica e incentivando a pesquisa aplicada à prática assistencial.

Formação com responsabilidade ambiental
Encerrando a programação da manhã, a palestra “Educação em Enfermagem para a Sustentabilidade na Amazônia”, ministrada pela enfermeira e doutoranda em Ciências Ambientais (PPGCA/UFPA) Thais Flexa, abordou a importância de formar profissionais com consciência crítica, responsabilidade social e visão ambiental integrada ao cuidado.
“Sustentabilidade na enfermagem não é só reduzir desperdício. É formar enfermeiros que compreendam seu papel diante das desigualdades regionais e dos impactos ambientais que afetam diretamente a saúde coletiva”, pontuou Thais.
Compromisso com o presente e com o futuro
A manhã do segundo dia reforçou que o cuidado de enfermagem vai além da técnica — ele exige visão sistêmica, responsabilidade ética e compromisso com a sustentabilidade. Os debates reforçaram o protagonismo da profissão na construção de um sistema de saúde mais justo, seguro e eficiente para a Amazônia.
Na galeria a seguir, você confere os principais momentos da programação da manhã:








