
Pode ser luva, mas é sempre higienização das mãos
No Dia Mundial da Higienização das Mãos, o Hospital Adventista de Belém promove ação educativa para reforçar boas práticas assistenciais e destacar o papel da enfermagem na prevenção de infecções e no cuidado ambiental.
“Não é o uso da luva que nos livra da contaminação, é a higienização correta das mãos — antes e depois do contato com o paciente.” A afirmação da enfermeira Márcia Lima, membro do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) do Hospital Adventista de Belém (HAB), reforça o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste 5 de maio, Dia Mundial da Higienização das Mãos. Neste ano, o tema da campanha convida à reflexão: “Pode ser luva, mas é sempre higienização das mãos.”

Prevenção começa pelas mãos
Para reforçar entre os profissionais da assistência que o cuidado começa por gestos simples, mas potentes, a equipe do SCIRAS promoveu uma ação educativa no Posto 6 da instituição, nos dias 5 e 6 de maio. Por meio de dinâmicas interativas — como roleta de perguntas, jogo da memória e o uso de caixa com luz negra para verificação da técnica correta de higienização — os colaboradores puderam vivenciar, na prática, a importância da adesão aos protocolos.



Cenário simbólico! Borboletas, flores, gotas d’água compõe a decoração, destacando a importância da água para a vida, o meio ambienta e a higiene. (Foto: ASCOM/HAB)
O espaço foi cuidadosamente decorado com elementos da natureza, como borboletas, flores e gotas de água espalhadas por todo o cenário — um lembrete visual da importância da água para a vida, para o meio ambiente e para a prevenção de doenças.
A responsável pela ambientação do espaço, Sirlene Bordalo, colaboradora da parte administrativa do SCIRAS, explicou:
“A ideia foi fazer uma abordagem lúdica, com base nos cinco momentos da higienização das mãos. A gente usa um cenário interativo, coloca o colaborador para participar ativamente e, com isso, reforçamos a fixação do conteúdo de forma leve, mas objetiva.”
A prática como proteção coletiva
Para o coordenador do SCIRAS, Sidney Monteiro, a atividade teve como objetivo reacender a consciência sobre a prática mais eficaz, acessível e econômica no combate às infecções hospitalares:
“Nosso objetivo é trazer à memória a importância da higienização das mãos. Dentro de um ambiente hospitalar, ela protege o paciente, protege a equipe e evita infecções cruzadas. É simples, rápido, barato e salva vidas.”

Sidney reforçou que a equipe de controle de infecção atua por meio de auditorias, visitas técnicas e ações educativas contínuas para garantir o cumprimento dos protocolos assistenciais.
“Nosso trabalho é lembrar todos os dias que hoje cuidamos do familiar de alguém e, amanhã, alguém pode estar cuidando do nosso. O mesmo carinho que esperamos, devemos oferecer.”
Infecções, superbactérias e prevenção
Em ambientes de alta complexidade, a higienização correta das mãos é essencial para prevenir a disseminação de vírus como COVID-19, MPOX e também de bactérias multirresistentes.
“Se seguimos os cinco momentos definidos pela OMS — antes de tocar o paciente, antes de procedimentos limpos, após risco de exposição a fluidos corporais, após tocar o paciente e após contato com superfícies próximas a ele — reduzimos drasticamente os riscos de infecção”, explicou Sidney.




Aprendizado na prática! Através de dinâmicas interativas, os colaboradores vivenciaram de forma concreta a importância da adesão aos protocolos de higienização das mãos, reforçando o compromisso com a segurança do paciente e a prevenção de infecções. (Foto: ASCOM/HAB)
Luvas não substituem técnica
Márcia Lima destacou um ponto central da campanha deste ano: o uso de luvas não elimina a necessidade de higienizar as mãos.
“Sempre, sempre, sempre: antes de calçar as luvas e após descartá-las, é preciso higienizar as mãos. O uso das luvas é necessário, mas não substitui a técnica. Além disso, precisamos lembrar do impacto ambiental — as luvas levam anos para se decompor. Usar com consciência e descartar corretamente também é uma forma de cuidar da saúde e do planeta.”
Ela também alertou que a técnica correta e o tempo adequado são fundamentais para garantir a eficácia do procedimento:
“Se não higienizarmos todas as áreas das mãos de forma completa, podemos deixar microrganismos ativos e colocar vidas em risco.”
Quando o cuidado vem da nutrição
A ação mobilizou profissionais de diferentes áreas da assistência. Para a nutricionista Letícia Bahia, que atua nos CTIs 2 e 3 do HAB, a experiência trouxe um alerta importante:
“Na nossa rotina, com tantas intercorrências, às vezes não damos a devida atenção à forma correta de higienizar as mãos. Participar da dinâmica foi uma maneira leve de lembrar que isso faz toda a diferença.”
Letícia ressaltou a importância da adesão à prática por toda a equipe multiprofissional:
“Mesmo não sendo da enfermagem, temos contato direto com os pacientes. Na UTI, por exemplo, eles já estão debilitados. Nosso cuidado com a prevenção precisa ser ainda maior.”
Após participar da dinâmica com a luz negra, ela reforçou:
“A gente pensa que é só lavar, mas é preciso fazer do jeito certo. Respeitar o tempo, seguir os passos. Senão, a mão pode parecer limpa, mas não está.”
Uma mensagem que atravessa o hospital
Ao final da ação, Letícia deixou um recado aos colegas:
“Estudem, relembrem, sempre treinem. O paciente precisa da gente. E a gente também precisa se proteger, porque é uma troca. Eles estão doentes, mas se não cuidarmos, podemos adoecer também.”

Força que cuida e previne! A equipe do SCIRAS é peça-chave na promoção da segurança do paciente. Com dedicação e conhecimento, elas fortalecem a cultura da prevenção e garantem que os protocolos de higienização das mãos façam parte da rotina de todos. (Foto: ASCOM/HAB)